Eu como obediente menina deixei-a quieta em seu trono ornado inteiro de girassóis
Ordenou-me então que começasse a varrer meu coração e que dali retirasse o que já não fazia sentido para minha vida.
Começou então a faxina...
- Olha achei um bilhetinho com coraçõezinhos, lembrancinha de amiguinho de infância, devo deixar ou devo tirar? Perguntei a minha nova rainha.
E então veio a resposta: - Quando você o lê, qual a cor dos seus sentimentos?
E eu agora analisando o colorido que ali existia disse: - Amarelo rosado.
- Pode deixar então minha querida, esse coleguinha talvez nem se lembre de você , mas o sentimento que ele emanou no dia em que isso te entregou está ai guardado dentro de você, então pode permanecer, pois é claro, iluminado, lindo e puro.
Eu agradecida e surpresa disse a ela: - Não sabia que os sentimentos permanecem tanto tempo dentro de nós!
- Muito mais tempo do que vocês podem imaginar – respondeu-me a felicidade.
Então decidida peguei a vassoura e passei a varrer com determinação meu coração, e preciso admitir, ele se encontra mais leve, mais iluminado, mais puro e com muito mais espaço para novos e bons sentimentos.
Sabe, às vezes precisamos da faxina por completo, mas para isso se faz primeiro necessária a consciência de que tudo, até mesmo um bilhetinho inocente de criança, deixa marcas e sentimentos, então temos que analisar o que deve ficar e o que deve deixar...
É, hoje é dia de faxina!
É, hoje é dia de faxina!
Fernanda Conrado