segunda-feira, 25 de julho de 2011

DIA DE FAXINA


A felicidade resolveu abrir as portas de meu coração e decretar que ali ela reinará
Eu como obediente menina deixei-a quieta em seu trono ornado inteiro de girassóis
Ordenou-me então que começasse a varrer meu coração e que dali retirasse o que já não fazia sentido para minha vida.
Começou então a faxina...
- Olha achei um bilhetinho com coraçõezinhos, lembrancinha de amiguinho de infância, devo deixar ou devo tirar? Perguntei a minha nova rainha.
E então veio a resposta: - Quando você o lê, qual a cor dos seus sentimentos?
E eu agora analisando o colorido que ali existia disse: - Amarelo rosado.
- Pode deixar então minha querida, esse coleguinha talvez nem se lembre de você , mas o sentimento que ele emanou no dia em que isso te entregou está ai guardado dentro de você, então pode permanecer, pois é claro, iluminado, lindo e puro.
Eu agradecida e surpresa disse a ela: - Não sabia que os sentimentos permanecem tanto tempo dentro de nós!
- Muito mais tempo do que vocês podem imaginar – respondeu-me a felicidade.
Então decidida peguei a vassoura e passei a varrer com determinação meu coração, e preciso admitir, ele se encontra mais leve, mais iluminado, mais puro e com muito mais espaço para novos e bons sentimentos.
Sabe, às vezes precisamos da faxina por completo, mas para isso se faz primeiro necessária a consciência de que tudo, até mesmo um bilhetinho inocente de criança, deixa marcas e sentimentos, então temos que analisar o que deve ficar e o que deve deixar... 


É, hoje é dia de faxina! 

Fernanda Conrado

"VIRTUALIDADE"

A existência nos causa, às vezes, surpresas que nos fazem refletir sobre a real necessidade de determinadas coisas ou pessoas existirem em nossa vida e é nesse momento em que devemos ser fortes e determinados para ter a coragem e o discernimento necessários para “pontos finais”. Nunca fui boa com eles, mas acredito que em determinadas épocas são essenciais.
Sabe, colocações verbais nem sempre são recebidas e entendidas da maneira como a desejávamos que o fossem, mas esse é o grande mistério da comunicação da geração Y visto que a era virtual acaba por substituir a forma de comunicação real e física.
Sou adepta da internet, das redes sociais e costumo dizer que até mesmo tenho certo vício pelas mesmas, mas não posso negar que elas acabam por colocar em risco muitas vezes relações por não deixar claras as intenções por detrás da escrita salvo se a pessoa for sensitiva a ponto de sentir a intenção por detrás de cada palavra escrita.
Enfim, hoje me encontro um pouco decepcionada com a constatação de que uma conversa virtual acaba por substituir muito mal uma boa conversa presencial e que muitas vezes o que nos impede de estar perto de outras pessoas não é a falta de tempo ou o excesso de compromissos e sim a falta de coragem e pura acomodação.

terça-feira, 12 de julho de 2011

" EU ADORO VOAR" - Clarice Lispector

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo. 
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. 
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. 
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! 
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. 
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: 
- E daí? EU ADORO VOAR! " 


Peguei emprestado da querida Clarice Lispector essas palavras, pois representam exatamente o que sinto neste momento.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

RINDO À TOA!

"Recentemente fizeram meu coração sentir coisas de maneira muito nova, oras apertadíssimo, oras afrouxado após muitas linhas escritas e enviadas. No entanto independente do momento em que ele se encontrava, uma coisa era fato: Estava disparado e feliz! Ria à toa, sorria e encantava todas as pessoas com quem esbarra nas ruas, tamanha sua felicidade.
Talvez a pessoa que o despertou ainda não se tenha dado conta do quão belo e puro é o amor, mas minha esperança me preenche dizendo que independente dele ter percebido ou não, meu coração está aberto, alerta, amando e essa é a grande felicidade de minha vida.
As cores estão mais intensas, belas, fortes; A disposição está maior, melhor; O sorriso está enorme e já não cabe mais dentro da boca em segredo... Aliás? Não tem como mais guardar segredo de um sentimento tão certo, liberto, sincero, amor!"

Fernanda Conrado